30/11/10

A fidelidade feminina condicionada pela genética


A fidelidade feminina condicionada pela genética

Fatores genéticos influenciam a infidelidade feminina e o número de parceiros sexuais das mulheres, disseram hoje cientistas britânicos. Eles estudaram as respostas de 1,6 mil pares de gêmeas idênticas e não-idênticas numa pesquisa confidencial, para observar o impacto dos genes no comportamento.
"Descobrimos que cerca de 40% da influência no número de parceiros sexuais e na infidelidade devia-se a fatores genéticos", disse o professor Tim Spector, diretor da Unidade para Pesquisa de Gêmeos no hospital St Thomas, em Londres. Mas ele acrescentou que o ambiente e a educação familiar também têm um papel para explicar a variação da infidelidade entre mulheres.
"O fato de que características psicossociais como o número de parceiros sexuais e a infidelidade parecem se comportar como outras características genéticas complexas em humanos... dá mais peso às teorias dos psicólogos evolucionários sobre a origem do comportamento humano", afirmou Spector.
Os cientistas fizeram perguntas às gêmeas sobre seu comportamento social, o número total de parceiros e suas atitudes em relação à infidelidade. Vinte e dois por cento admitiram já ter sido infiéis. A idade média das mulheres era de 50 anos. Um quarto delas eram divorciadas. As mulheres fiéis tinham uma média de quatro parceiros sexuais na vida, contra oito do grupo das infiéis.
Os fatores genéticos não pareceram influenciar a opinião das mulheres sobre a infidelidade. Muitas das mulheres do estudo, mesmo tendo admitido traição, disseram que achavam a infidelidade uma coisa errada.
"Mais de 90% das mulheres admitiram ter pensado em trair em algum momento", disse Spector, que descreveu os resultados na revista Twin Research. Os cientistas suspeitam também que vários genes estejam ligados ao comportamento sexual. Eles acreditam que genes nos cromossomos 3, 7 e 20 possam estar envolvidos.
Num outro estudo publicado na revista, com 2 mil pares de gêmeas, Spector e sua equipe disseram que os genes também influenciam transtornos comuns do sono. "Os resultados sugerem uma contribuição genética significativa aos sintomas, e que a eventual identificação desses genes pode ser uma boa notícia para quem sofre desses problemas", afirmou ele.
A Unidade para Pesquisa de Gêmeos, criada em 1992, estuda o papel dos genes no desenvolvimento de doenças e em características de comportamento de homens e mulheres.

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